sexta-feira, 17 de abril de 2009

Eu nem mesmo sou

Eu nem mesmo sou
Não quero ser quem sou
O pó e a rotina
As coisas repetidas a manhã
Que prometendo o hoje
Nos dá a véspera
A solidão que vai deixando o tempo
Um homem entrado em anos
Uma página me revelou vozes
Que me buscavam
Vendi minhas terras
E comprei livros que contam as estórias
Do sangue que o filho derramou
Para nos salvar
O ouro os ferros as bandeiras e a magia
Os cavaleiros que iam e vinham pelos reinos
Da terra impondo a honra
Queira deus que um enviado restitua a nobresa
Meus sonhos o veem
Já o senti
Não sei o seu nome
Meu sonho na velha casa há uma espada e os livros
Meu rosto não tem outro rosto no espelho
Eu nem mesmo sou aquele sonho
De que eu possa sonhar
A existência
Deus meu sonhador siga a sonhar

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